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  1. Confesso que sair sozinho no estilo "Independentes Futebol Clube", como diria uma amiga, nunca foi a minha praia. Mas a proposta que me fez um blog na internet era tão tentadora que arrisquei (e no fim das contas acabei na boa companhia de amigos). Acontecia o Borboun Street Fest, no Parque Garota de Ipanema, no Arpoador, Rio de Janeiro, na noite da última segunda-feira, dia 13/08.

    O festival que traz músicos de Nova Orleans (New Orleans) para tocar em terras brasileiras era a boa pedida para quebrar a rotina sono-televisão-cama de todas as segundas-feiras.

    Havia convidado amigos, mas um furou, o outro desanimou, este estava trabalhando, aquele eu não tinha certeza se ia... E assim minhas companhias foram ficando pra trás no caminho do metrô até o local da apresentação. Pensei em desistir, afinal de contas, “nunca foi a minha praia”: prefiro a combinação boa música + boa companhia.

    Ao chegar ao destino, porém, o soul contagiante de Tony Hall e sua banda me fez querer ficar. A estrutura de som do local fazia as músicas soarem perfeitamente aos meus ouvidos leigos. Dava pra distinguir sons de baixo e cada um dos diferentes naipes de metais (sax, trompete,...).

    Não era novidade para Tony Hall, que havia tocada aqui anos antes, mas a energia boa do público chamou sua atenção. O músico que já tocou com Bob Dylan e Stevie Wonder, só pra citar alguns, soube ser simpático: “Acho que vou me mudar pra cá”, disse. E soube empolgar o público presente com seus grooves dançantes de músicas como All Night Long, Smooth (Santana) entre outras.

    O pai com a criança sobre os ombros, o casal de cinquentões, todos balançando o corpo num clima de baile funk (o baile funk original!) me fez esquecer que não estava acompanhado e até arriscar uns passos tímidos. Quem me conhece sabe que meu embaraço dos primeiros contatos não me permite a desenvoltura de puxar assunto com estranhos.

    Com o fim deste show acabara também meus momentos de “solidão na multidão”. Aquele amigo que eu não tinha certeza se ia resolveu aparecer e me acompanhar na cervejinha de segunda-feira. Depois foram chegando os amigos do amigo.

    Queríamos ouvir a atração principal da noite: a banda globalizada Playing for Change formada por artistas de diversas partes do mundo. O grupo que “Toca por uns Trocados” (livre tradução para o nome da banda) era a metáfora para o estilo New Orleans, onde é tradição bandas tocarem nas ruas por gorjetas.


    A mistura de percussão, gaita, instrumentos de corda e piano dá o tom ao repertório da banda – surgida a partir de um documentário com artistas de rua do mundo todo, rodado em 2004. As vozes de soul contemporâneo dos músicos mais jovens, Titi Tsira (voz feminina) e Clarence Bekker (voz masculina), contrastam com o timbre blues antigo do veterano Grandpa Elliot, músico portador de deficiência visual.

    Quem esteve lá sabe dos momentos de catarse coletiva em músicas como Three Little Birds (Bob Marley), e Stand By Me (ou “Fica comigo” na versão abrasileirada do Playnig for Change para o clássico de Bem E. King imortalizado na versão de John Lennon). No fim das contas, valeu muito a pena sair da zona de conforto. Recomendo.

    Em tempo: O Bourbon Fest continua até dia 19 de agosto em cidades brasileiras. É só entrar no site pra conferir.

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